24 outubro 2008

Trilha sonora para a tese

Não sei se nos agradecimentos, ou na metodologia, mas o fato é que a trilha sonora que tenho ouvido para redigir a minha tese deve ser incluída de qualquer maneira. Para escrever é preciso um estado de espírito específico para cada efeito que desejamos no texto. E nada com um som esperto para abrir as portas da percepção.

Se quero ser levemente irônico, sem ser sarcástico, por exemplo, ouço Stereolab e a coisa flui. Já quando quero ser bem sacana, ouço Cramps. O último do David Bowie, o Beck, o Zooropa e Achtung Baby, do U2, e mesmo o Stereolab é legal para inspirar um clima de contemporaneidade. Os trechos mais divertidos ficam ainda melhores com T. Rex. Bauhaus dá uma energia danada. Stones também. São ótimos quando estou com raiva dos sujeitos que estudo. Prodigy também dá energia, mas é diferente. Esses eletrônicos ou o jazz cheio de improvisos parecem desconfigurar as sinapses e ajudam a criatividade a encontrar soluções originais para os problemas, ajudam a desvendar novos caminhos. Charles Mingus é espetacular para fazer isso. Sonic Youth também, e com a vantagem também traz uma energia diferente, dependendo do disco. O New York Ghosts & Flowers, por exemplo. A propósito, estou fazendo o donwload de um monte de música dos anos 1940 para ajudar a criar o clima.


E é interessante que, primeiro, não é qualquer música que dá certo. Bealtes, por exemplo, me desconcentra, porque acabo acompanhando a música e deixo o texto de lado. Portished, com seu clima de terror/suspense pop, à lá Tim Burton, me ajudou a escrever a reportagem sobre a casa mal-assombrada da esquina, mas não tem combinado com a tese. Uma pena. Há algumas que ajudam a concentrar por efeito inverso: ou seja, ao ouvi-las elas exigem que eu fuja delas, e por isso acabo me concentrando mais ainda. Kraftwerk é um caso.

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