20 abril 2018

Knulp: o elogio da vagabundagem gentil!

Herman Hesse, como sempre, inspirador

Estou adorando ler "Knulp", a história de um vagabundo muito fino, educado e querido por todos, que se dedica exclusivamente ao exercício de experimentar a vida. Enquanto todos gastam o seu tempo trabalhando duramente, a maioria pela própria sobrevivência, alguns para progredir e outros em nome de alguma causa ou ideal, Knulp é admirado e invejado secretamente porque não pedia nada da vida, senão ser um espectador maravilhado da ópera do mundo. Não é certo se ele é ingênuo ou apenas modesto. Gentil, leal, curioso mas incapaz de transgredir limites da ética e da moralidade, o vagabundo "boa vida" de "mãos macias" e "andar leve" toma todos os dias por domingo e, como uma criança, tateia o mundo com aquela vontade irresistível de viver. Inspirador nesses tempos psicopatas onde todos se sentem constantemente motivados a atuar, produzir, protagonizar e empreender, sob o sacrifício da fruição e da contemplação da experiência única de estar vivo.


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